outubro 31, 2008

Homenagem às nossas estrelas

O fim de semana que se aproxima, é um fim de semana especial.
São dias para prestarmos homenagem aos que já partiram.
Pessoas amigas, familiares que nos acompanharam nesta vida e que já não estão entre nós.
Viraram estrelas que no céu brilham e nos iluminam.
A todas essas estrelas, presto aqui a minha homenagem.
Em especial, à minha mãe.

A Tristeza dos Anónimos

Alguns anónimos visitantes deste Blog comentam que o mesmo está a ficar mais triste.
Chegam, até, a fazer comentários pejorativos a tal respeito.

Ora, eu que não sou rapariga dada a tristezas nem a problemas, vejo-me na obrigação de prestar esclarecimentos, no sentido de informar, tais anónimos, de que sou pessoa alegre, bem disposta, de bem com a vida e muito grata a ela!

Acaso não gostem de ler coisas mais tristes (sim, porque para se ser alegre, temos que conhecer a tristeza), aconselho a visita a outro Blog.

Porque mais triste, do que ser triste, é a tristeza de comentários anónimos, infelizes.

Há fome em Portugal

Ontem à noite, desloquei-me à urgência do Hospital de Santo António, para visitar um amigo que foi lá parar sem querer.
Quando cheguei, achei estranho o número de pessoas que se encontrava abrigado, nas entradas das casas que ficam mesmo em frente ao Hospital.
É certo que chovia bastante, mas era noite, a rua não tem lojas ou outros espaços comerciais que justificassem o aglomerado. De resto, julgo que aquela é mais uma das ruas do Porto onde não vive ninguém.
Fui fazer a visita ao amigo contrariado.
Atravessei aqueles corredores inóspitos onde residentes e visitantes convivem diariamente, como se os dias, (sendo diferentes) fossem todos iguais.
A noite, na urgência, até estava calma e o meu amigo, no leito da marquesa, até me pareceu resignado à estada. Não era lá grande coisa, é certo, mas, ainda assim, é do melhor que se arranja para este tipo de ocasião.
Finda a visita e cumprido todo o ritual inerente, regresso ao carro e às pessoas que tinha visto à chegada e que me surpreenderam.
Elas continuavam na rua só que, desta vez, estavam numa longa fila.
Um amontoado de gente, em fila ordenada e civilizada, encostado à parede.
Gente indiferenciada, gente perfeitamente normal.
Gente que aguardava, educada e pacientemente, um prato de sopa!
O cenário lembrava os documentários do tempo da guerra.
As pessoas poderiam ser qualquer uma de nós!
Porque as pessoas que eu vi naquela fila, são iguais àquelas pessoas que passam por mim todos os dias. Se calhar, até são as mesmas.
E, não sendo as mesmas, são pessoas!
Pessoas que passam fome!
Em Portugal!

outubro 30, 2008

Nada de pouca vergonha!

Um casal muçulmano "moderno" prepara o casamento religioso. E visita um Mullah para pedir conselhos. No final, o Mullah pergunta se eles têm mais alguma dúvida.
O homem pergunta:
- Nós sabemos que é uma tradição no Islão os homens dançarem com homens e mulheres dançarem com mulheres. Mas na nossa festa de casamento, gostaríamos de sua permissão para que todos dancem juntos.
-Absolutamente, não ! - diz o Mullah - É imoral. Homens e mulheres sempre dançam separados.
- Então após a cerimónia eu não posso dançar nem com minha própria mulher?
- Não - respondeu o Mullah - É proibido pelo Islão.
- Está bem - diz o homem - E que tal sexo? Podemos finalmente fazer sexo?
- É claro! - responde o Mullah - Alá é Grande! No Islão, o sexo é bom dentro do casamento, para ter filhos!
- E quanto a posições diferentes? - pergunta o homem.
- Alá é Grande! Sem problemas! - diz o Mullah.
- Mulher por cima? - pergunta o homem.
- Claro! - diz o Mullah - Alá é Grande. Pode fazer!
De gatas?
- Claro! Alá é Grande!
- Na mesa da cozinha?
- Sim, sim! Alá é Grande!
- Posso fazê-lo, então, com as minhas quatro mulheres juntas, em colchões de borracha, alguns vibradores,um pote de mel e vídeos pornográficos?
-Claro que pode! Alá é Grande!
-Podemos fazer de pé?
- Nãããããão, isso é que não! DE MANEIRA NENHUMA! diz o Mullah.
- E porque não? pergunta o homem, surpreso.
- Porque vocês podem entusiasmar-se e começar a dançar...

outubro 29, 2008

Álvaro de Campos

O que há em mim é sobretudo cansaço

O que há em mim é sobretudo cansaço
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.

A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto alguém.
Essas coisas todas
Essas e o que faz falta nelas eternamente;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...

E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço.
Íssimo, íssimo. íssimo,
Cansaço...

outubro 28, 2008

O Calimero e o tio da Bahia


Encontrei-os aqui, ao pé das minhas paragens. Tomamos café, no sítio do costume. Trocamos as palavras habituais. Conversas repetidas, sem grande interesse.
Anos atrás, os encontros com o tio da Bahia eram encontros felizes.
Momentos de alegria, de risada, de histórias engraçadas da Bahia, de S. Salvador, do vizinho Jorge Amado, do Pelô, da D. Canô, das outras mães de Santo, do Candomblê, de tanta coisa!
Agora os encontros com o tio da Bahia deixaram de ser encontros felizes.
O tio envelheceu e já não sabe contar as suas histórias.
Ele não deve sequer saber que contava histórias.
Está perdido na sua ausência.
Tem o olhar distante, despido de qualquer entusiasmo.
A velhice, no seu lado mais cruel, bateu-lhe à porta e entrou, à bruta, sem lhe pedir licença ou autorização.
Chegou sem se fazer anunciada, veio repentinamente, sem o preparar para tal.
Na mais profunda solidão de um português da Bahia que não casou, nem constituiu família.
Resta-lhe a bondade e a ternura do seu Calimero.

outubro 27, 2008

Roy Liechtenstein


The Head of Barcelona

d.n. 27/Outubro/1923. NY.

outubro 26, 2008

"Na flor dos quarenta"

Ontem a Mónica entrou na chamada idade da ternura.
É a despedida dos "intas" e a entrada nos "entas", para de lá só sair aos 99, sendo, como é óbvio, caso disso. E, oxalá, seja!
Porém, na maior parte das vezes, entra-se nos "entas" e, por lá, se fica.
Digamos que os "entas" são a idade vitalícia, tal e qual como o bilhete de identidade um dia também será, vitalício.
E também vitalício, pelo significado do mesmo, será o presente que ela recebeu.
O último livro do ALA, com dedicatória "À Mónica na flor dos quarenta" ontem dia 25 de Outubro, por António Lobo Antunes.
Foi muita emoção, para um dia só!
A entrada nos quarenta e uma dedicatória do ALA.
Parabéns, Mónica! Bem vinda ao jardim!

outubro 24, 2008

Um Miró de Cecília Meireles

LUA ADVERSA

Tenho fases, como a lua
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha.

Fases que vão e vêm,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.

E roda a melancolia
seu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém
(tenho fases como a lua...)
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
o outro desapareceu...

Cecília Meireles, nascida no Rio de Janeiro, 7/Nov./1901

outubro 23, 2008

Parabéns, Márcia!!!

Márcia é a tal minha prima carioca de quem eu às vezes falo.

Hoje é um dia especial para ela, porque está festejando mais uma primavera!
Eu poderia lhe desejar mil coisas. Todas elas já repetidas, em aniversários anteriores.

Sei o que ela gostaria de ter nesse momento e tudo isso eu também lhe desejo e ela sabe.

Mas, hoje, dado o post anterior e o exemplo de vida dos aí retratados eu vou desejar à minha prima Márcia que a sua vida:

- seja suave como as cores de Resende;
- seja sublime como os filmes de Oliveira
- e seja grandiosa como a arquitectura de Niemeyer!

Parabéns e um beijo da sua prima,
Vera

Júlio Resende.91



Parabéns Júlio Resende pelos 91 anos de vida, comemorados hoje!
Nos tempos que correm, em que vejo pessoas de 40 e poucos anos a desejarem a reforma, é com muita satisfação e alegria que parabenizo Júlio Resende.
Um pintor portuense que, com 91 anos, ainda continua a desenhar e a pintar.
A prova viva de que velhos são os trapos!
Tal como Manoel de Oliveira (também portuense) que, quase a chegar aos 100, continua a fazer filmes e como o carioca Óscar Niemeyer que ontem, com 100 anos, esteve presente no lançamento do seu Livro de Crónicas e que continua a trabalhar no seu atelier em Copacabana adocicando a arquitectura!
Por esses exemplos de vida, PARABÉNS a todos!
Hoje, em especial, aqui ao nosso Resende!

outubro 22, 2008

Parabéns Manito Buanito


Hoje, dia 22 de Outubro, no Bairro do Esteu, na Ilha de Moçambique, o Manito festeja as suas 9 primaveras.
O Manito é Moçambicano e faz parte dos 77% da população (da Ilha de Moçambique) que vive em palhotas.
Não sei como ele festejará este dia.
Sei que ele não terá acesso ao que aqui escrevo, porque faz parte daqueles meninos que vivem numa casa sem água canalizada e sem energia eléctrica.
Não tem "Magalhães", nem "ipods", nem "playstation", mas, se calhar, é um menino mais feliz do que muitos meninos que nós conhecemos.

Conheci o Manito, através do programa de apadrinhamento à distância.
Se quiserem conhecer e apadrinharem meninos como este podem contactar:
CCS Portugal - Centro para a Cooperação e Desenvolvimento. Fica em Cascais.
Eu inscrevi-me através do e-mail info@ccspt.org.
Mas podem procurar através de www.ccspt.org.

Ao meu afilhado Manito, aqui ficam os meus PARABÉNS!

outubro 21, 2008

Faz-me acreditar!


Não tenho dons especiais, nem características que me permitam adivinhar o que quer que seja.
Posso ser mais intuitiva que racional, mas não passa disso!
Não passa mesmo! Nunca vi um tarot, nem sei o nome das respectivas cartas! Assim como não entendo nada de coisas relacionadas com a previsão do futuro.
À parte tudo isso, em momentos de convívio, sou menina para ler a sina a quem me esticar a mão e até sou capaz de ler as cartas, não de tarot mas de um baralho normal, inventando, na hora, o significado das figurinhas que vão aparecendo.
Se alguém tiver um fio de prata, até sou capaz de dizer quantos filhos as pessoas têm ou irão ter! Isso sai quase científico! É certo!
Mas juro-vos, que não passa tudo de brincadeira!
Sábado, numa festa de aniversário, acabei sendo "contratada" para informar do futuro. Li a mão, ou, tecnicamente falando, li a sina e fiz o teste do fio!
É incrível a necessidade que as pessoas têm em acreditar no que é inacreditável!
AS pessoas acreditam e temem o que se diz ou se vai dizer, mesmo sabendo que quem diz não tem formação, nem é doutorado, nem tem MBA no assunto!
Agora, se é assim comigo, que lhes digo na cara que estou a brincar, imagino como será nessas lojas da especialidade!
Meu Deus, faz-me acreditar que eles não acreditam! Por favor!

Ruas do Rio de Janeiro


"E, para quem ama o Rio de Janeiro, seus encantos, história e artes em geral", não pode deixar de visitar o Blog
http://literaturaeriodejaneiro.blogspot.com/

Ruas do Porto


Para quem gosta do Porto, capital do norte deste país que é Portugal, aconselho a visita ao blog
http://ruasdoporto.blogspot.com/
De lá retirei essa bonita foto da Travessa Alferes Malheiro.
Freguesia de Santo Ildefonso.

outubro 17, 2008

Madre Teresa


Prémio Nobel da Paz - 17/Outubro/1979 - missionária católica albanesa.
Na passada quarta-feira, deu para ver que a Selecção Albanesa tinha alguém bem forte na torcida! Agora, entendo!
Piadinha inocente! Com o devido respeito!

outubro 15, 2008

Por causa da cor do trigo


Só conhecemos as coisas que cativamos - disse a raposa. - Os homens, agora já não tem tempo para conhecer nada. Compram as coisas feitas nos vendedores. Mas como não há vendedores de amigos, os homens já não tem amigos. Se queres um amigo, cativa-me!
E o que é preciso fazer? - Perguntou o principezinho.
- É preciso ter muita paciência. Primeiro, sentas-te um bocadinho afastado de mim, assim em cima da relva. Eu olho para ti pelo canto do olho e tu não dizes nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas todos os dias te podes sentar mais perto...
Se vieres sempre às quatro horas, às três já eu começo a ser feliz...
Foi assim que o principezinho cativou a raposa. E quando chegou a hora da despedida:
- Ai! - exclamou a raposa - Ai que me vou pôr a chorar...
Então não ganhaste nada com isso!
- Ai isso é que ganhei! - disse a raposa. - Por causa da cor do trigo...
Depois acrescentou:
- Anda vai ver outra vez as rosas. Vais perceber que a tua é única no mundo.
O principezinho lá foi... - vocês não são nada disse-lhes ele. - Não há ninguém preso a vocês... - não se pode morrer por vocês...
... A minha rosa sozinha. vale mais do que vocês todas juntas, porque foi a ela que eu reguei, que eu abriguei... Porque foi a ela que eu ouvi queixar-se, gabar-se e até, ás vezes, calar-se. Porque ela é a minha rosa.
E então voltou para ao pé da raposa e disse:
- Adeus...
- Adeus - disse a raposa. - vou-te contar o tal segredo. É muito simples:
Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos...
Foi o tempo que tu perdes-te com a tua rosa que tornou a tua rosa tão importante.
- Os homens já se esqueceram desta verdade - disse a raposa. Mas tu não te deves esquecer dela.
Ficas responsável para todo o sempre por aquilo que está preso a ti. Tu és responsável pela tua rosa..."
O Principezinho, Saint Exupery

Foto de Domingos Alvão


Porto - ano de 1896. O primeiro comboio a chegar à estação provisória de S. Bento.

outubro 14, 2008

Foto de Óscar Coelho da Silva


Ao ver essa foto recordo com saudade o cinema Batalha e o Águia D´Ouro, a Rua Santo Ildefonso, onde vivi, a igreja com o mesmo nome, onde andei na catequese, o trólei, o eléctrico que me levava até à Foz.
Os passeios pela praça da Batalha e a compra dos rebuçados da Régua, na porta da Livraria Latina, à entrada da Rua de Santa Catarina, onde uma senhora, já de avançada idade, os vendia, dobradinhos, em papel de seda.
Saudades do tempo em que se vivia na Baixa do Porto.

outubro 13, 2008

outubro 10, 2008

Daqui vos escrevo


Gaia - Porto

Motel no Brasil (publicidade)

Parabéns ao Montepio

Em tempos de crise financeira ainda há quem festeje à grande o seu aniversário.
Que o diga o Montepio Geral que, nos festejos dos seus 168 anos, decidiu oferecer a clientes e amigos um excelente concerto, no Coliseu do Porto.
A magnífica sala do Porto encheu para ouvir Custódio Castelo, Margarida Guerreiro, Tim, Teresa Salgueiro e Camané, todos acompanhados de excelentes músicos.
Parabéns ao Montepio Geral e obrigada aos meus amigos, clientes do Montepio, que fizeram o favor de me convidarem.

outubro 07, 2008

Do outro lado do Atlântico

Acabei de falar com Márcia.
Márcia é minha prima e pertence a um meio ao qual eu pertenceria se não tivesse vindo para Portugal.
Ainda vive rodeada daqueles que foram para o Brasil à procura do seu Eldorado.
Gente que cruzou o Atlântico de barco, sem nada, muitos apenas com a esperança de poderem viver condignamente.
Era, na sua maior parte, gente do campo que ia à aventura, por terras de Vera Cruz, e que por lá ficava.
A uns, a sorte sorriu-lhes, a outros nem por isso.
Alguns conseguiram viver condignamente.
A Márcia priva com estes últimos.
E, destes últimos, o Eugénio despediu-se hoje!
Para sempre. Que, finalmente, tenha o merecido descanso!

Texto de Pablo Neruda


Morre lentamente quem não viaja,
quem não lê,
quem não ouve música,
quem não encontra graça em si mesmo.

Morre lentamente quem destrói o seu amor próprio,
quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito,
repetindo todos os dias o mesmo trajecto,
quem não muda de marca,
não se arrisca a vestir uma nova cor,
ou não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.

Morre lentamente quem evita uma paixão,
quem prefere o negro sobre o branco,
e os pontos sobre os iss em detrimento de um redemoinho de emoções,
justamente as que resgatam o brilho nos olhos,
sorrisos dos bocejos,
corações aos tropeços e sentimentos.

Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho,
quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho,
quem não se permite pelo menos uma vez na vida fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da chuva que cai incessante

Morre lentamente quem abandona um projecto antes de iniciá-lo,
não pergunta sobre um assunto que desconhece
ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples facto de respirar.

VIVA HOJE! ARRISCA HOJE! FAÇA HOJE! NÃO TE DEIXES MORRER LENTAMENTE! NÃO TE ESQUEÇAS DE SER FELIZ.

Pablo Neruda

outubro 06, 2008

O Chibanga da Cova da Moura

Como te chamas? - Pergunta a professora
- "Chibanga" - responde o puto.
- "Estamos em Portugal e não há cá Chibangas, isso era lá em Angola.
A partir de hoje chamas-te Manuel" - diz a professora.
À tarde Chibanga volta a casa
- "Correu-te bem o dia Chibanga?" - pergunta a mãe.
- "Já não me chamo Chibanga, mas sim Manuel, porque agora vivo em Portugal."
- "Ah, tu tens vergonha do teu nome, da tua raça e renegas os teus pais!"
A mãe fica danada e enfia-lhe uma galheta bem aviada.
Chega o pai a casa e faz a mesma pergunta.
- "Correu-te bem o dia Chibanga?"
- "Já não me chamo Chibanga, mas sim Manuel, porque agora vivo em Portugal."
- "Ah, tu tens vergonha do teu nome, da tua raça e renegas os teus pais!"
Chibanga oferece a outra face e leva mais uma galheta.
No dia seguinte quando chega à escola, a professora reparando nas marcas dos dedos na cara do miúdo, pergunta:
- "O que é que te aconteceu Manelinho?"
- "Bem professora, ainda não era português há duas horas e fui logo agredido por dois pretos"

Le Corbusier


Le Corbusier, d.n. - 6/Outubro/1887

outubro 03, 2008

A RITA


Agosto 2008.

A propósito do dia do idoso

"Uma mulher, de 74 anos, que residia sozinha, foi encontrada morta em casa, esta segunda-feira, em Fátima. O cadáver estaria ali há 40 dias, altura em que os familiares a contactaram pela última vez. O caso chocou os vizinhos do prédio".
Esta notícia foi ontem publicada, no J.N..
A pessoa em causa terá sido encontrada morta, no dia 1 de Outubro.
Precisamente no Dia Internacional da Terceira Idade.
Quarenta dias e quarenta noites após a sua morte.
Vale a pena reflectir sobre isto!

outubro 02, 2008

A crise americana

"O seu Zé tem um bar, na Vila Carrapato, e decide que vai vender cachaça "na caderneta" aos seus leais fregueses, todos bêbados, quase todos desempregados. Porque decide vender a crédito, ele pode aumentar um pouquinho o preço da dose da branquinha (a diferença é o sobre preço que os pinguços pagam pelo crédito).

O gerente do banco do seu Zé, um ousado administrador formado em curso de emibiêi, decide que as cadernetas das dívidas do bar constituem, afinal, um ativo recebível, e começa a adiantar dinheiro ao estabelecimento, tendo o pindura dos pinguços como garantia.

Uns seis zécutivos de bancos, mais adiante, lastreiam os tais recebíveis do banco, e os transformam em CDB, CDO, CCD, UTI, OVNI, SOS ou qualquer outro acrônimo financeiro que ninguém sabe exatamente o que quer dizer.

Esses adicionais instrumentos financeiros, alavancam o mercado de capitais e conduzem a operações estruturadas de derivativos, na BM&F, cujo lastro inicial todo mundo desconhece (as tais cadernetas do seu Zé).

Esses derivativos estão sendo negociados como se fossem títulos sérios, com fortes garantias reais, nos mercados de 73 países.

Até que alguém descobre que os bêbados da Vila Carrapato não têm dinheiro para pagar as contas, e o Bar do seu Zé vai à falência. E toda a cadeia sifudeu !

Viu... é muito simples...!!!"
A Crise Americana.
Versão brasileira.

outubro 01, 2008

Lá longe, em Copacabana.

Deve estar sol em Copacabana.
As ruas devem estar repletas de gente.
As casas com os seus porteiros nas entradas.
Os botequins com as grades de cerveja servindo de assentos.
O pessoal batendo papo nas esquinas, conversinha mole, preguiçosa.
Oh...como gostaria de, neste momento, estar nesse lugar!
"Um bom lugar para só amar um só lugar...Copacabana" - Caymmi
Todos os dias, mas, especialmente, hoje!
Dia especial, lá em Leopoldo Miguéis, na casa da D. Adelaide.
PARABÉNS MADRINHA!