setembro 30, 2010

E Setembro já se foi


Agora com o Setembro a terminar
O que faço às saudades da praia e do mar?

setembro 29, 2010

O Amolador


Quando o amolador aparecia
era certo que chovia
A sua visita era anunciada
por um som particular
da profissão exclusivo.
No tempo em que se amolavam facas, tesouras, canivetes e alicates.

setembro 28, 2010

Saudade


"Se tanto me dói que as coisas passem
É porque cada instante em mim foi vivo
Na busca de um bem definitivo
Em que as coisas de Amor se eternizassem"
Sophia de Mello Breyner Andresen

Parece nada ter a ver, o poema com a foto.
É uma imagem recente do Mercado do Bolhão.
Que, de certa forma, eterniza alguns momentos
Das coisas que passam...
E da saudade que fica...

setembro 27, 2010

Pontes entre Nós


Eu tenho o tempo,
Tu tens o chão,
Tens as palavras
Entre a luz e a escuridão.
Eu tenho a noite,
E tu tens a dor,
Tens o silêncio
Que por dentro sei de cor.

E eu, e tu,
Perdidos e sós,
Amantes distantes,
Que nunca caiam as pontes entre nós.

Eu tenho o medo,
Tu tens a paz,
Tens a loucura que a manhã ainda te traz.
Eu tenho a terra,
Tu tens as mãos,
Tens o desejo que bata em nós um coração.

E eu, e tu,
Perdidos e sós,
Amantes distantes,
Que nunca caiam as pontes entre nós.
Pedro Abrunhosa

setembro 24, 2010

Quitanda Fechada, por motivo de Weekend


Agora que Sexta chegou
Com Sol por estas bandas
A dona aqui decretou
O encerramento das Quitandas!

Bom fim de semana a todos os quitandeiros e afins!

setembro 22, 2010

1964





setembro 21, 2010

Outono



A folha, mesmo caída, continua sendo folha
E há algo de belo na folha que cai
É o reflexo do Verão que hoje se vai

setembro 19, 2010

Amor


Não é difícil encontrar o Amor
Dificil é permanecer nele
Ter coragem
E...ser capaz

setembro 16, 2010

Espelho de Alma


Se não mostrar
O que me vai na alma
Ainda acabo por me esquecer
No que na alma vai

setembro 14, 2010

Felicidade


Tive e tenho momentos felizes
Mas tenho medo de não os ter para sempre
Nada mais assustador
Do que pressentir a felicidade por perto
E sentir que ela está só de passagem

setembro 09, 2010

Um Miró de Sentença

"Trata-se de auto de prisão em flagrante de S... e H..., que foram detidos em virtude do suposto furto de duas melancias.
Instado a se manifestar, o Sr. Promotor de Justiça opinou pela manutenção dos indiciados na prisão.
Para conceder a liberdade aos indiciados, eu poderia invocar inúmeros fundamentos: os ensinamentos de Jesus Cristo, Buda e Ghandi, o Direito Natural, o princípio da insignificância ou bagatela, o princípio da intervenção mínima, os princípios do chamado Direito alternativo, o furto famélico, a injustiça da prisão de um lavrador e de um auxiliar de serviços gerais em contraposição à liberdade dos engravatados e dos políticos do mensalão deste governo, que sonegam milhões dos cofres públicos, o risco de se colocar os indiciados na Universidade do Crime (o sistema penitenciário nacional)...
Poderia sustentar que duas melancias não enriquecem nem empobrecem ninguém. Poderia aproveitar para fazer um discurso contra a situação económica brasileira, que mantém 95% da população sobrevivendo com o mínimo necessário apesar da promessa deste presidente que muito fala, nada sabe e pouco faz.
Poderia brandir minha ira contra os neo-liberais, o consenso de Washington, a cartilha demagógica da esquerda, a utopia do socialismo, a colonização europeia....
Poderia dizer que os americanos jogam biliões de dólares em bombas na cabeça dos iraquianos, enquanto biliões de seres humanos passam fome pela Terra - e aí, cadê a Justiça nesse mundo?
Poderia mesmo admitir minha mediocridade por não saber argumentar diante de tamanha obviedade.
Tantas são as possibilidades que ousarei agir em total desprezo às normas técnicas: não vou apontar nenhum desses fundamentos como razão de decidir.
Simplesmente mandarei soltar os indiciados. Quem quiser que escolha o motivo.
Expeçam-se os alvarás.
Intimem-se.
Rafael Gonçalves de Paula
Juiz de Direito

Um Miró de Pessoa


"E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar.
Se a não vejo, imagino-a e sou forte como as árvores altas.
Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito do que sinto na ausência dela."

Fernando Pessoa