fevereiro 13, 2009

Lenços dos Namorados


No tempo em que havia tempo para ter tempo, e os conversados mereciam esse tempo, as raparigas, em idade de tratar de outra vida, bordavam esses mimos para oferecerem aos seus amados.
Se o amado (conversado) exibisse em público a oferenda, significava que o namoro estava oficializado.
Estas peças, típicas do Minho, eram verdadeiros rituais de conquista e algumas delas verdadeiros Mirós!
Circularam pelo mundo inteiro, nas mãos de muitos emigrantes portugueses, minorando as saudades de muitas Marias.
Agora já não há Marias para estes lenços, nem Manéis para os usar.
Tudo é efêmero. Já não há tempo! Os lenços agora são de papel.
E até o "Amor é eterno enquanto dura", como dizia Vinicius.
Eu, quando tiver tempo para ter tempo, vou fazer um lenço desses.
Mas primeiro vou ter que aprender a bordar.
E, para isso, preciso de tempo.
E já passou o tempo!
Em véspera de S. Valentim, apesar de sexta-feira, 13, uma homenagem a todos os "conversados"!
Obs. - a pomba do lenço não "boa" por isso o amor não "ade" acabar, percebem?

6 comentários:

Anónimo disse...

Então VAP como correu o seu dia S valentim?
ATA-me

Anónimo disse...

Não entendo. Podes explicar?

Anónimo disse...

ESPALHEM A NOTÍCIA


Espalhem a notícia
do mistério da delícia
desse ventre
espalhem a notícia do que é quente
e se parece
com o que é firme e com o que é vago
esse ventre que eu afago
que eu bebia de um só trago
se pudesse

Divulguem o encanto
do ventre de que canto
que hoje toco
a pele onde à tardinha desemboco
tão cansado
esse ventre vagabundo
que foi rente e foi fecundo
que eu bebia até ao fundo
saciado

Eu fui ao fim do mundo
eu vou ao fundo de mim
vou ao fundo do mar
no corpo de uma mulher

A terra tremeu ontem
não mais do que anteontem
pressenti-o
o ventre de que falo como um rio
transbordou
e o tremor que anunciava
era fogo e era lava
era a terra que abalava
no que sou

Depois de entre os escombros
ergueram-se dois ombros
num murmúrio
e o sol como é costume foi um augúrio
de bonança
sãos e salvos felizmente
e como o riso vem ao ventre
assim veio de repente
uma criança

Falei-vos desse ventre
quem quiser que acrescente
da sua lavra
que a bom entendedor meia palavra
basta é só
adivinhar o que há mais
os segredos dos locais
que no fundo são iguais
em todos nós

SG

VAP disse...

Obrigada por ter trazido Sérgio Godinho, ao Blog!
Pena ser Anónimo.

Anónimo disse...

Dicen que por las noches
No más se le iba en puro llorar
Dicen que no comia
No mas se le iba en puro tomar
Juran que el mismo cielo
Se extremecia al oir su llanto
Como sufria por ella
Que hasta en su muerte la fue llamando

Ay, ay, ay, ay, ay
Cantaba
Ay, ay, ay, ay, ay
Gemia
Ay, ay, ay, ay, ay
Cantaba
De pasión mortal moria

Que una paloma triste
Muy de mañana le vá a cantar
A la casita sola
Con las puertitas de par en par
Juran que esa paloma
No és otra cosa mas que su alma
Que todavia la espera
A que regrese la desdichada
Cucurrucucú
Paloma
Cucurrucucú
No llores
Las piedras jamás
Paloma
Que van a saber
De amores

19-02

VAP disse...

19-02
AMEI