janeiro 18, 2009

O Actor Amador

Apareceu no escritório sem avisar. Não era cliente. Era a parte contrária.
Sem marcação o atendimento não é certo.
Não que, às vezes, não o possa fazer.
Mas atrapalha, interrompe, interfere no serviço.
Não está previsto e, por isso, incomoda.
Daquela vez acabei por atender.
Não sem manifestar o meu desagrado e expor os motivos do mesmo.
A abordagem inicial correu mal.
Começou por atacar os m/ constituintes.
Não gostei e reagi com uma certa agressividade.
Pediu-me calma. E apeteceu-me ter calma.
Começou a contar a sua história.
Uma linda história de vida.
Daquelas que nos levam às lágrimas e nos fazem lá voltar de vez em quando.
Controlei-me! Afinal, uma advogada não chora!
Deu referências de várias pessoas que podiam comprovar a veracidade da sua história.
À saída disse-me: "sabe doutora esta é a verdade, e se perguntar por mim ali no Veneza todos lhe dizem quem eu sou, mas sabe se eu quisesse também lhe poderia ter mentido e a doutora acreditava, porque eu, nos meus tempos de juventude, fui Actor Amador".

4 comentários:

TERE disse...

Aaahahahahahahahah.(Y).

Unknown disse...

Boa noite. Já não passava por aqui vai algum tempo.
Gosto de visitar alguns trabalhos de quem já conheço.
Esta sua história é linda. Gostaria tambem de ter tempo mas sobretudo capacidade para ouvir os outros.
Não é fácil, mas como viu valeu a pena. Saber ouvir será uma virtude...?

Anónimo disse...

Tanta explicação para concluir que és uma mulher ocupada/complicada...

:.tossan® disse...

Gostei muito, o teu jeito de escrever me agrada muito. Vou vir sempre aqui. Vá lá no klic. Bj