A primeira vez

Há sempre uma primeira vez, para tudo.
Até para as tarefas mais banais.
E o que é banal para uns, para outros é tarefa assaz complicada.
Hoje, ao almoço, na Casa Agrícola, fui atendida por um jovem, com uns adornos muito engraçados, nas orelhas e nas mãos.
O rapaz era giro, apesar de usar aqueles Jeans que dão a ideia de que, a qualquer momento, vão cair.
E era simpático. Muito simpático.
E também era educado. Muito educado.
Estava era muito nervoso. Era a sua primeira vez.
Quando lhe perguntei o que havia para comer, atrapalhado, meteu a mão no bolso, sacou de um papelinho, abriu-o e disse:
peço imensa desculpa, temos vitela assada e pataniscas com arroz de legumes.
Sabe como é, a primeira vez é sempre muito complicada.
Acredito! Vá lá, a sorte dele é o restaurante só servir dois pratos.
Para tudo é preciso ter sorte. Até para a primeira vez.
Da próxima vez que lá for, até acredito que o rapaz me diga alto e bom som, sem a ajuda do papel/ponto:
hoje temos vitela e pataniscas!
Porque o que custa é mesmo a primeira vez!